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Tinha de Ser Assim

by Pedro de Tróia

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  • Compact Disc (CD) + Digital Album

    Digifile de 3 abas. Incluí booklet com letras + Dedicatória assinada

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1.
Namorada 03:41
Não bateria à tua porta Se não fosses tu, ó estrela polar Queimo caprichos a toda a hora Chama ardida de um fogo maior Sorrisos tamanhos ao som de gaivotas Que imitas durante a tarde lendária É tão bom que custa sempre ir embora Dizemos adeus à escola primária Fura as ondas que embalo para ti Dou-me inteiro, amanhã estamos aqui Sintonizados na harmonia Parte de mim não sabe acordar Desejo é diferente de euforia Curvas suaves de quem quer amar Fura as ondas que embalo para ti Dou-me inteiro, amanhã estamos aqui.
2.
Sabes, eu gosto tanto de ti E nem sei bem explicar Porque gosto tanto de ti Até do respirar Os olhos da cor da verdade inteira Chamam-me à razão Quando penteias o cabelo encantas ou embalas Macio infinito esse Que liberta fragrância de figo açucarado Sabes, eu gosto tanto de ti E nem sei bem explicar Porque gosto tanto de ti Até do respirar Estás sempre do lado certo Coração de cacau puro O teu portento fez-me atravessar o deserto Tanto gin para matar a sede Até que enfim te tenho por perto Ó reboco de parede Ser feliz está ao alcance De quem queres contagiar Decorar buracos negros Fazer deles o nosso lar Vês em mim o que não vejo Criatura encantada Sabes, eu gosto tanto de ti E nem sei bem explicar Porque gosto tanto de ti Até do respirar.
3.
Dor no Ombro 03:16
Ai que dor tenho aqui no ombro Foi de tanto te abraçar Sim, está tão certo estarmos juntos Ensinaste-me a amar Quero viver tudo até ao fim Neste amor de quem é tão doido por ti Ai que dor tenho aqui no ombro Passámos toda a noite a navegar Sim, está tão certo estarmos juntos É tramado despertar Quero viver tudo até ao fim Neste amor de quem é tão doido por ti Chegar à rotunda, ver tanta saída Ter de escolher a que for dona da razão Sair da rotunda, tormento adiado Os teus lábios são incontestável oração Quero viver tudo até ao fim Neste amor de que quem é tão doido por ti.
4.
Carrossel 03:37
Abismo profundo Perfume que perfura o que é perfeito Rosas e prosas de um mundo Servido em travessas e eu desfeito Sou porco imundo Se acenas acendes este canhão Jornais banais que inundo Nas águas desta minha compulsão Entendo-me tão bem de madrugada Despisto-me em silêncio nessa estrada Agarro-me ao fundo Perdoa se pernoito sem perdão Desperto cresço incerto moribundo É haste bem erguida, é tensão Entendo-me tão bem de madrugada Despisto-me em silêncio nessa estrada Gritos confundo Suspiro à sujeito suspeito Má vida à la vagabundo Nas terras a que tenho direito.
5.
Ballet 03:18
Não sei dançar com regras Deixo-me levar Acabo por me mexer Pés de chumbo velho Pernas de alicate E uma cintura em V Contemporâneo dá cabo de mim Sapateado não me tentem mais Dança do ventre, Flamenco, Tango “Diga um!” só há um estilo que me encanta Reggaeton já me dá pena Samba, Zumba e outros, vou lágrimas soltar Valham-me as pontas, maillots e collants, fitas no cabelo Programa lido num bom lugar Ballet Faço questão de dizer aos bons amigos que tenho: seria vigorante voltar a sair. Porém, contudo, no entanto, colem todo este corpo numa parede onde possa existir, sem que seja obrigado a ter de lidar com aqueles seres humanos que mais quero evitar e assim “Ah!! Que bela desculpa para não acenar!” Não sei dançar com regras Deixo-me levar Acabo por me mexer Pés de chumbo velho Pernas de alicate E uma cintura em V.
6.
Passarinho 03:36
Um passarinho estava no ninho Alimentado e sossegado O passarinho de lá caiu Para fora do ninho foi empurrado O passarinho quase morreu Da queda à terra ficou marcado O passarinho ninguém o viu Cansado, pequeno e magoado Ser dramático é duro Pra quem não vive com asas Há que ver além do muro Quem não sabe destrói casas O passarinho era vermelho Caiu do cais, para o barco errado O passarinho estava com frio Adormeceu desidratado O passarinho quando acordou Soube que à ilha tinha chegado O passarinho acreditou E lá ficou sem ter chorado Ser dramático é duro Pra quem não vive com asas Há que ver além do muro Quem não sabe destrói casas Passarinho.
7.
Mãe 03:44
Fiz-te crer que era doença Olhar para cima de onde estou Aceitaste-me na mesma Pois vale a pena viver Não te digo quanto vale Talvez nem dê para contar Esta fraqueza que me sabe atormentar Mas vale a pena, vale a pena viver O tempo corre de costas, Mãe Ele corre e não se atrasa, Mãe À porta estendes os braços, Mãe És a guardadora da casa, Mãe Faço contas para esquecer Tanto lodo que te dei Vamos poder voltar às mantas leves Que o que falhou agora é história para escrever Sem questionar, pois vale a pena Acreditar que eu vim de ti O tempo corre de costas, Mãe Ele corre e não se atrasa, Mãe À porta estendes os braços, Mãe És a guardadora da casa, Mãe Sempre foste uma lição Mas eu não quis aprender Se algum dia me faltares Vou ser quem viste nascer O tempo corre de costas, Mãe Ele corre e não se atrasa, Mãe À porta estendes os braços, Mãe És a guardadora da casa, Mãe.
8.
Um sonho onde cabem todos os sonhos O caminho foi tão longo Mas soubemos cá chegar Um sonho onde cabem todos os sonhos Os teus olhos são resguardos E tu és o meu lugar Maravilhas fazes tu, anjo-da-guarda Esse sorriso nunca tarda Alinhaste o que procuro Ó Sol dás luz à lua de braço dado Desces ao poço requintado Tornas esta água pura E eu não te vou deixar para trás Um sonho de quem sabe sonhar os sonhos As muralhas desta história São de penas e algodão Um sonho de quem sabe sonhar os sonhos Andar à roda de mão dada Sem ter medo da paixão Maravilhas fazes tu, anjo-da-guarda Esse sorriso nunca tarda Alinhaste o que procuro Ó Sol dás luz à lua de braço dado Desces ao poço requintado Tornas esta água pura E eu não te vou deixar para trás.

about

"Vi o Pedro de Tróia pela primeira vez, no dia em que morreu o Michael Jackson. Estávamos em 2009 e o Pedro era um miúdo, acabado de chegar a Lisboa, vindo de Viseu. Ali estava ele. Super magro, com a t-shirt dentro das calças, num palco minúsculo, a dar os primeiros passos com os Capitães da Areia, numa noite de arraial, bem quente, na Bica. Ainda verdinho, mas com uma atitude que superava a solidez da actuação. Uma figura invulgar e percebia-se num instante que estava destinado ao palco, mesmo que a olho nu transparecesse uma estranha arrogância.

Intrigado, fui acompanhando o seu percurso e tornei-me fã do sujeito. Também me fui apercebendo que nada nele era arrogância, mas sim um interessante e raro cocktail de carisma, disrupção, embaraço, excentricidade e influências de uma postura de altivez oriunda de Manchester, cujos vestígios o tempo foi tratando de eliminar. Ouvi repetidamente A Viagem dos Capitães A Bordo do Apolo 70, enquanto tentava descansar no sofá do hospital onde nasceu a minha filha, em 2015. Há discos que marcam a nossa vida e este foi um deles.

Já quando considerava o Pedro um dos melhores escritores de letras e canções pop da sua geração, tornámo-nos amigos. Foi numa altura em que o senti perdido e quis incentivá-lo a arrancar num caminho a solo, sabendo que muitos o seguiriam. Assim foi. Em 2020 editou “Depois Logo Se Vê”, que, nas suas palavras, “é só um prefácio”, do livro que se iria abrir. A escrita pop do do Miguel Esteves Cardoso, estava lá toda, num alinhamento carregado de verdade, com tudo o que de bom, de mau e de desconfortável isso lhe terá implicado. Expôs a sua vulnerabilidade. Palavra por palavra. A quantos reconhecemos essa coragem?

A divulgação do disco (sobretudo ao vivo) foi fortemente afectada pela pandemia que nos invadiu na mesma altura. Foi, sem dúvida, um período duro para todos, mas não deixou de ser curioso testemunhar de perto a determinação do Pedro em arregaçar as mangas e continuar a fazer aquilo em que é mesmo bom: escrever e gravar canções. Reuniu uma equipa fora de série e o resultado está à vista: “Tinha de Ser Assim”. E tinha mesmo. Este segundo disco é, na minha opinião, uma obra fascinantemente sólida, com uma elegância e elevada nota artística, como só ele sabe fazer.

Hoje tenho o privilégio de o conhecer bem. Excêntrico, mas humano. Megalómano, mas humilde. Implacável a escrever, seja poesia, canções, textos ou guiões, tem ainda um humor requintadíssimo, que não está ao alcance de todos. Como diria o Rui Reininho – que se juntou para abrilhantar (ainda mais) este disco - “Querer que todos gostem de nós, é assustador.”. Mas desde o primeiro encontro que tive com o Pedro, sempre percebi que não se entrega para que gostem dele. Vive para criar e encara a vida como uma obra. Um artista de uma dimensão perturbadora, que trabalha para ser livre e ser inteiro. Uma cabeça complexa, um coração gigante e sonhos pop.

O seu tempo está a chegar."

Pedro Valente (Amigo, fã e manager do Pedro de Tróia)

credits

released October 15, 2021

MÚSICA E LETRA
Pedro de Tróia

PRODUÇÃO
Tiago Brito

VOZ
Pedro de Tróia

COROS
Catarina Lynce e Rita Laranjeira

PARTICIPAÇÃO ESPECIAL
Rui Reininho, em "Carrossel"

e ainda

Bernardo Barata, no baixo da "Carrossel"
Silas Ferreira, nos sintetizadores e caixa de ritmo da "Dor no Ombro"
Tomás Branco, no teclado da "Não Te Vou Deixar Para Trás"

GRAVAÇÃO
Tiago Brito, Bernardo Barata e João Moreira

MISTURA
Artur David

MASTERIZAÇÃO
Ars Lindberg

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DESIGN E ILUSTRAÇÃO
Silas Ferreira

PRODUÇÃO EXECUTIVA
Aquário Clube

EDIÇÃO
Azul de Tróia

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COMUNICAÇÃO
Sara Does PR - press@saradoespr.com

MANAGEMENT E BOOKING
Azáfama - pedro.valente@azafama.com

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AGRADECIMENTO

Este disco contou com o apoio da República Portuguesa e do Fundo Cultural da Sociedade Portuguesa de Autores. O meu muito obrigado pela confiança depositada, pois de outra forma não teria reunido condições para dar vida a estas canções, num ano como este.

Estendo este agradecimento ao Valente, à Sara e ao Ricardo, pela disponibilidade inesgotável com que me acompanham, bem como à Catarina (por tudo e mais alguma coisa), aos meus Pais e ao meu irmão.

O Bernardo, a Rita, o Silas e o Tomás, não podem deixar de ser mencionados, pois estão sempre presentes a emprestar talento, sem nunca me falharem. Agradeço ainda ao Rui, pela referência que é e pelo sonho tornado real, ao Moreira por ter captado esse momento e ao Artur pela categoria e paciência com que misturou estas canções.

Por fim, não encontro palavras justas para agradecer ao Tiago, que produziu cada uma das músicas, num gesto de imenso altruísmo. Sem ele, uma importante parte de mim teria ficado perdida num caminho qualquer.

Pedro de Tróia

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Pedro de Tróia Lisbon, Portugal

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